09h16
o que eu faço com o que tenho e sou? não adianta chorar por aquilo que não é…
17h william kentridge – drawing lesson two – a brief history of colonial revolts
19h aula com paulo pasta
09h16
o que eu faço com o que tenho e sou? não adianta chorar por aquilo que não é…
17h william kentridge – drawing lesson two – a brief history of colonial revolts
19h aula com paulo pasta
10h45
simplificar
15h32
eu gosto é memo de me suja de tinta
16h01
se há problemas, há outros.
19h44
algo além de mim: sarabando.
08h51
arrumação da casa para receber gata
12h32
meu desejo é fazer obras deliciosas
21h20
william kentridge – drawing lessons one – in praise of shadows
23h21
receber para depois doar.
08h52
— vamos morar num sítio e criar algumas coisas para viver?
— sim! o que vamos criar?
— obras de arte.
14h56
meu primo pedro me desenhou. achei incrível! desenhei ele de volta.
15h19
caminhar para chegar aqui mesmo.
17h: pilates
09h14
cada um tem a pirâmide que lhe pertence.
cada um tem a forma que lhe pertence, soa mais democrático.
escutando o podcast do wolfgang tillmans no talk art:
“se uma coisa é importante, todas as outras podem ser”
“everything matters and everything can be celebrated”
“potentially everything can matter – there’s no hierarchy”
tá um frio danado. coisa boa.
11h20
em uma conversa, luan e eu chegamos a um combinado: toda vez que o papo sai dos trilhos, fica chato ou perdido, um de nós pode sugerir: shoga. se o outro aceita, ficamos em silêncio até um novo assunto aparecer.
shoga é gengibre em japonês. na culinária nipônica, é usado para “zerar” o paladar antes de apreciarmos o alimento-arte.
usar shoga também na conversa dá a chance de usar o tempo de uma maneira mais consciente. recomendo. assim como na alimentação, o shoga é usado moderação. na conversa, não é um “cala a boca do outro”. se é proposto e aceito, é adequado. exige sintonia entre os usuários.
estamos em quarentena há quase cinco meses. sushi vez e outro eu peço aqui em casa, mas faz tempo que não uso shoga numa conversa…
17h – aula de violão
09:29
ontem foi um dia um pouco esquisito, mas sobrevivemos. acordei cedo hoje, ia caminhar mas está muito frio na ilha. fiz alguns desenhos da gata glória.
se eu assumir que não sei, as coisas ficam mais simples. afinal, não sei mesmo.
12h30
é possível eu fazer 11,402 desenhos? esse é o número de dias desde que nasci… acho que não consigo para hoje, mas vou tentar… até o final do ano?
sem pressão, esquece tudo isso porque quantidade não é qualidade. mas trabalhe!!!!
15h46
antes eu fazia desenho de qualquer coisa… agora gostaria de mudar. colocar um pouco de pensamento no trabalho também.
18h58
acesso.
a noite assistí ao filme alemão lommbock. acabei dormindo no meio, mas gostei… esse filme é uma sequência. o primeiro guardo com boas memórias, assisti quando tinha uns 21 anos, com amigos de berlin.
hoje decidi adicionar mestisso ao meu nome. também encontrei uma forma para pintar: a força da árvore.
escolhi um adjetivo que foi apelido de infância. engraçado pensar que desejo marcar esse novo momento com um nome antigo, mas cada vez mais simpatizo e me identifico com essa ideia. a grafia é assim mesmo, com dois s. acho mais sensual.
tenho também nome yawanawá dado pelo cacique nani: shane kene uisian, que abreviei apenas como sku. desenhista escritor do coração (pássaro) azul, mas essa é outra história…
hoje, um bom dia.
pela manhã, fiz alguns desenhos junto com o workshop do grupo corpo. ia assistir e acompanhar ativamente com o remelexo, mas os corpos inspiraram a mão para o desenho. é vontade grande desenhar a dança e desenhar dançando…
tudo é experimento, prática.
seres, bichos, formas humanas. contato.
lá pro meio da tarde, finalmente fui estrear o ateliê. ainda está uma bagunça que só, mas deu vontade de usar pincel e tinta. e deixar de enrolar…
comecei uma pintura que faz algum tempo que sonho: regentag, o barco do hundertwasser. pela beleza, inspiração, mar e a natureza. enquanto eu trabalhava nesse azul céu oceano, escuto macacos bem perto. primeiro dia no novo ateliê, vista nova dos macacos. a foto não faz jus, mas tudo bem…
ao ver eles tão perto e tão agitados, parei a pintura do barco e fiz um esboço rápido para registrar esses bichos. liberdade para expressar aquilo que acontece.
para mim é um grande desafio mostrar aquilo que faço, seja lá o que for. acostumei a viver dentro de um universo particular, meu, apenas meu. agora desejo expandir, aprender, evoluir, bailar junto. por isso, escrevo neste momento. uma tentativa de expressão e comunicação, contato real, troca verdadeira.
para finalizar o dia de pintura, a última coisa que fiz foi a mão da amanda usando uma luva de frio, a partir de uma foto que ela mandou mais cedo… um inspira o outro e por aí vai…
media: assisti alguns videos do pintor paulo pasta.
paulo pasta – a cor da criação (2016)
paulo pasta – agência fapesp (2016)
paulo pasta – aula sobre giacometti (2020)
final deste mês vou iniciar um curso online com ele via instituto tomie ohtake e gostaria de me inteirar um pouco mais sobre seu pensamento, método e prática. muito bom descobrir um pintor brasileiro com o qual compartilho diversos pontos de vista e referências, principalmente rothko, brice marden, matisse e é claro, volpi! é uma novidade eu pensar em pintura ativamente, querendo discutir métodos de trabalho e trocas com outras pessoas que fazem. eu não sei muito, mas desejo aprender… trocar… às vezes me vem um peso e me sinto atrasado… porém, antes tarde do que nunca. é isso.
desejo registrar firmemente o trabalho do ateliê cafoficina. só o tempo mostrará…
fez uma semana que instalei internet fixa aqui em casa. há bastante tempo não tinha esse privilégio, pois nem lar tinha. no celular a conexão esteve sempre presente, mas sempre de maneira limitada, compacta. para emails e mensagens.
com a vontade de readaptação, vem os medos: como lidar com a enxurraga de informação e estímulos que a rede traz? saber tudo o tempo todo. o que está acontecendo no mundo, mesmo que apenas na superfície. notícias tristes, angustiantes. abuso da natureza, isolamento social, corrupção. o caminho do ódio que atualmente está bem popular.
um dos vícios, mesmo no celular, é ler as chamadas das notícias dos jornais paulistanos… “só para ver o que está acontecendo no país”.
nunca usei o twitter, mas o instagram me consome o tempo. apenas uma olhadinha que dura 10 minutos. vezes cinco, por dia.
como lidar com isso?
de longe, parece tão simples: apenas focar no que importa. de perto também. então por que é difícil?
silenciar, acalmar, respirar. o que me falta é meditar, o que me falta é presença.
mas eu sei onde isso encontrar…
em pleno 2020, ainda acho que criar num blog faz sentido. sem as limitações das redes sociais e principalmente, sem ser armadilha da atenção para propaganda. é um canal direto entre quem cria e quem recebe.
entrar num blog requer ação e vontade, não está apenas a disposição num feed infinito. a diferença é simples, mas o resultado da relação é outro. e é assim que gostaria de trabalhar.
estamos juntos.