O Fim e o Princípio (2006)
direção de Eduardo Coutinho.
Não tenho intimidade com a vasta gama dos filmes do Coutinho, mas me sinto pronto e animado para aprofundar em sua cinematografia. Só tinha assistido Cabra Marcado Para Morrer e Jogo de Cena.
O Fim e o Princípio é de uma poesia e maestria impressionantes. A premissa é: fazer um documentário sem planejamento prévio além da escolha da cidade, primeiras noites numa hospedaria e o contato de uma mulher que trabalha na alfabetização e realiza serviço voluntário na comunidade. O filme mostra o desenrolar dessa busca por um filme. Uma das qualidades do cinema é parecer que as coisas simplesmente acontecem — e nesse caso, o fazer cinematógrafico parece tão simples…
Não desejo nem conseguiria fazer jus ao filme em uma pequena descrição, mas fico impressionado com a maneira que os contatos e entrevistas são conduzidos. Uma tentativa de resumir o filme é: a sabedoria da experiência… dos seres humanos, do sertão, do cineasta… e acho que nossa como espectadores também. Eu não tinha capacidade de apreciar esse filme há alguns anos… o filme não é lento, mas antes eu não conseguia escutar com atenção.
(21.07.21)
Teko Haxy – Ser Imperfeita (2018)
direção Patrícia Ferreira e Sophia Pinheiro.
foi um desses filmes surpresa de festival que assisti sem saber do que se tratava e que ótima experiência! encontrei ele não lembro onde e imaginei que poderia ser algo bom para compartilhar junto de apanda, pois lí as palavras cineasta e antropóloga na descrição.
o filme mostra a relação entre duas jovens amigas, uma guarani e outra não indígena antropóloga. uma colagem de diferentes encontros em diferentes locações. acompanhamos a relação e a profundidade que aumenta a cada encontro, cada qual com suas vulnerabilidades e sensibilidades. o filme se cria nesse contato.
não encontrei link disponível por enquanto.
(19.07.2021)
Napepë (2004)
direção da nadja marin.
tava curioso com esse documentário já faz tempo. sabia da polêmica sobre o plágio escancarado que o filme do padilha fez. ainda não assisti à cópia, então não vou adentrar nisso.
é chocante o abuso do olhar colonizador, inclusive, ou principalmente, em estudos acadêmicos. justamente na área antropológica, da qual tenho tanto afeto. outros tempos, mesmo que tão recentes. é importante refletirmos e cuidarmos, a história dos yanomami é única, mas a forma colonizadora ronda a todos nós.
link para o filme no canal da diretora: https://vimeo.com/15964569
(17.07.2021)
ABC Saving the Amazon Forest (2020)
produção do canal australiano ABC sobre o absurdo desmatamento acelerado na Amazônia. alta qualidade jornalística, cheio de cenas chocantes de desmatamento, dá um certo aperto no coração ver algumas áreas totalmente destruídas pela força humana.
eu não tenho repertório sobre a amazônia, mas me choca encontrar material de tanta qualidade apenas em reportagens de outros países. ainda bem que existem… deve existir conteúdo produzido aqui, irei caçar!
link para o documentário no canal da ABC: https://www.youtube.com/watch?v=A84N89Krqro
(17.07.2021)
Bimi Shu Ykaya (2018)
direção: Siã Huni Kuin, Isaka Huni Kuin, Zezinho Yube
produção da saci filmes — produtora acreana da qual comecei a admirar pela qualidade incrível de material produzido: as séries nokun txai e o olhar vem de dentro.
documentário sobre Bimi, a primeira mulher pajé huni kuin com sua própria aldeia. cenas incríveis, mostra a força de vontade da mulher em zelar pela sua comunidade. cenas do cotidiano, desde cozinhar, manejo de algodão, ritual. há sempre uma consciência que da camera presente, inclusive há um diálogo entre os jovens diretores sobre as possibilidades que o cinema e o próprio filme podem trazer.
link para o filme, disponível no canal do instituto maracá: https://www.youtube.com/watch?v=D73UVXVHyFE
(16.07.2021)