11.x.2021

terminei a monografia sobre walter swennen, Hic Haec Hoc (2016), escrito pelo hans theys. tô chocado com a qualidade das pinturas e a coerência do pensamento de ambos, pintor e escritor.

16h57 agora a tarde lí o último texto crítico no livro da ana prata. deleite de pintura.

23h23

10.x.2021

10h40 um compromisso comigo mesmo: vou usar todos materiais (tintas, telas e papéis) antes de viajar, daqui cerca de um mês. motivos: eu sou meio mão-de-vaca com os materiais, tenho papeis guardados desde minha última viagem por motivo de “são papéis bons, a serem usados em momentos especiais”. gostaria de me dedicar a pintar mais com óleo, então vou por para bom uso o que ainda tenho das acrílicas. tá na hora, oras.

21h23 hoje fui ao ateliê. amanhã começa uma mini imersão!


09.x.2021

06h48 sonhei que estava numa viagem de carro. numa parada, pedi um sopro de rapé para um camarada, o mateus. minha avó também estava e alguém pediu ajuda a ela. ela apenas indicou uma outra senhora, indígena. sinto que é saudades dessas pessoas.

não escrevi ontem, mas fiquei muito feliz de tomar a vacina contra covid-19 em dois estados. o sus significa sistema único de saúde — é integrado e nacional. agradeço esse sistema! viva a vida.

11h40 eu sonhei com minha avó e hoje ela me ligou. normalmente sou eu que ligo para ela…

  • Nine Perfect Strangers (2021)
    tinham sugerido essa série… fui pescado nos primeiros episódios, mas nos últimos acabei achando um monte de besteira… aí no último, eu dormi. assim foi.

08.x.2021

04h39 i woke up with a symphonic orchestra in my head. i love it.

15h57 voltei do shopping (!!!) tomei a segunda dose da vacina e dei entrada para um novo passaporte.

07.x.2021

17h42 i’ve discovered the work by the belgian artist walter swennen just yesterday because of ana prata’s book. while researching, i’ve arrived at the work of philosopher, art historian and designer hans they. with this incredible name, i think i’ve found some amazing works.

23h04 teve a segunda aula da luisa duarte sobre decolonizando o mundo 24/7. acompanhei a aula enquanto editava algumas fotos que fizemos no final de semana. ironia da vida, disperção concentrada.

06.x.2021

09h36 aprendendo a lidar com as coisas. eu penso como mostrar o que venho fazendo… e não demora muito e o medo aparece. me pergunto: medo do quê? do julgamento dos outros e de ser copiado — duas coisas irracionais, sem sentido algum. aqueles que eu estimo, provavelmente me julgarão positivamente, com afeto ou ao menos piedade. aqueles que não estimo, bem, a opinião desses é tão distante que não deveria ser um problema. e da onde vem esse medo de ser copiado? é tão pequeno e baixo, me faz sentir até um pouco de vergonha. um pingo de coisa boa sobre isso é que as vezes eu faço algumas coisas que acho que interessaria outra pessoa a copiar. mas se aprofundo, me pergunto o motivo de alguém copiar algo que eu faça ao invés de copiar algum artista maior… armadilhas da auto-sabotagem. e eu com isso?!

10h48 ontem chegou o novo livro da ana prata — defeitos para o mundo dos sérios. um deleite de pintura! a entrevista com meu xará -h tá muito boa… só gostaria que fosse umas três vezes maior.


05.10.2021

05h37. acordei com ideias e planos para os próximos tempos.

05h58 penso que escrever aqui é uma forma de trazer minha atenção para o presente. ontem teve um “apagão digital”: o whatsapp, instagram e facebook ficaram offline. virou notícia capa de jornal. o mundo de nossos tempos.

09h06 voltei da caminhada. escutei diversos podcasts. as pessoas que mais gosto são aquelas que quando vêem que estão indo de encontro a outras, colocam a máscara. meus camaradas.

23h05 agora pouco conversei com minha mãe ao telefone. ela trouxe uma possibilidade para o futuro. e hoje eu tinha acordado pensando nos próximos tempos.

enquanto escutava krenak e baniwá, comecei a desenhar e fiz algumas coisas…

04.10.2021

12h07
só há salvação na criação.

desenhos quadrados ao final da tarde.

  • Daniel Richter: Dandies & Peasants – The Undergang Armchair podcast – 2015
  • Leda Catunda, Paulo Miyada, Ilê Sartuzi – Debates da Arte Contemporânea

02-03.10.2021.final de semana

02.10.2021

  • coloquei o despertador para as 6h porém acordei as 4h30. não aguentei, comecei a ler e fiquei. combinei de fazer algumas fotografias na feira da lagoa com o guimo do pão na mão. sou cliente e todos os sábados admiro a graça que os pães exalam. semana passada perguntei se ele tinha interesse em fazermos algumas fotos. ele topou e fomos. ele é simpático e a clientela além dos próprios produtos, adora bater um papo… o que dificulta um pouquinho a organização e causa filas. mesmo começando cedo, as 6h30 já tem cliente esperando. aí vai chegando gente sem parar e ele mal consegue dispor e apresentar os pães com foco. imagina parar para fazer algumas fotos? demorou um pouquinho, algo que repeti algumas vezes: “é bom e é ruim…” é bom que os clientes realmente gostam e fazem questão de compartilhar o pequeno ritual da troca todos os sábados… é ruim porque mal dá tempo de tomar água, segundo o próprio guimo contou. mas acho que esse ruim acaba sendo bom também. me sinto enferrujado e sem muita técnica na fotografia, mas foi prazeroso. comecei a editar as fotos e hm. vou sugerir para repetirmos a sessão fotográfica… pelo céu que estava cinzento e pelo meu foco que estava meio confuso… e também porque tô lá todo final de semana, é um prazer levar a camera junto.
  • the life aquatic of steve zissou (2004) directed by wes anderson
    such a joy to revisit wes anderson’s films with apanda. it has been some years since i’ve watched steve zissou. i’ve changed a lot since then so, naturally, also what i perceive. the perks of work, career, love, family. all the actresses/actors some 15 years younger… anderson’s yellow. the lightness… it makes me joyful. i want to make a work with the colorful seahorse that the young boy gives zissou. i shall. maybe soon so the will doesn’t fades away?!…
  • modern love s02
    os primeiros episódios dessa série.

01.10.2021

06h28
acordei cedo, saído de um sonho onde ia assistir um filme no cinema porém precisei sair várias vezes para ir ao banheiro. acordei com uma vontade danada de fazer xixi. no sonho, amizades de outras épocas estavam na platéia. foi bom a sensação de cinema e reencontros.

admirei as pinturas e lí o livro do paulo monteiro, o interior da distância (2015, cobogó). penso sobre o fazer artístico, a complexidade do simples. o que é a obra.

itsairu huni kuin nos repetiu uma frase de seu pai: o que é dificíl é fácil, o que é fácil é difícil.

choveu a noite inteira e continua agora pela manhã. já está claro.

21h31

  • Luc Tuymans – I Prefer Not To – 2017
    amazing talk.
    firstly, it makes melville’s book go to the top of the to-read-soon list. luc is the third person that i like to listen and recommends the book: first it was joseph campbell. then the brazilian philosopher luiz fuganti. now luc. i shall soon read it.
    luc’s words are as incredible as his artwork. they have such a seriousness, a kind of heaviness of subject but lightness as paintings.
    i am inspired by his views and i’m also curious to know how he paints. of course they are from photographs, but does he uses a projector?

22h10
é com tristeza que olho para o celular e vejo que fiquei 3h15 com ele ligado. justo hoje que comecei o dia sem ele e até cheguei a desligá-lo por algumas horas. foi um dia atípico pois tive que fazer algumas ligações demoradas (principalmente para a operadora de celular), mas mesmo assim… três horas são preciosas.
inspirado pelo curso 24/7 da luisa duarte, nos próximos dias eu farei um simples experimento: desligar o celular. algo tão simples, mas tão impensável — ao menos na minha realidade. não desejo mudar outras pessoas, apenas meus próprios hábitos. vou dormir que amanhã tem um trabalho fotográfico.

30.09.21

22h52
mesmo com sono, escrevei.

sinto que ainda não usei todo o tempo possível para o trabalho: me peguei algumas vezes divagando no celular. já diminuí bem o tempo que sinto como disperdiçado, mas ainda não está bom.

fiz alguns experimentos com o poema “Mãos Dadas”. é curioso como sinto dificuldade em soltar a mão e encontrar um caminho para desenhar a escrita. o tempo todo fico pensando: simplifique, simplefique!

fiz alguns desenhos de dois novos vasinhos e pratiquei alguns figurativos enquanto escutava conversas de tal r e luc tuymans. de professores, estou bem. agora o que preciso é prática.

chegou o primeiro livro da ana prata e fiquei chocado com os quadros mais antigos dela. figuração muito interessante, dá pra ver que são baseados em fotografias — bem diferentes dos trabalhos dos últimos anos, que estou um pouquinho mais familiarizado. consigo admirar os antigos, ainda mais sabendo que foram o caminho para fazê-la chegar aonde está. pintura é tão bom, dá para navegar e apreciar todas as variações e possibilidades.

para fechar a noite, assisti a primeira aula do curso como descolonizar o mundo 24/7, da luisa duarte. reflexões para os nossos tempos, um misto de bom e choque, vontades e repulsas. entusiasmo e cansaço. vida atual.
ela e alyne costa são duas grandes referências para refletir sobre os tempos atuais. recomendo suas ideias.

começou a chover agora pouco junto com um vento forte. o som está sinfonia para o sono.

retorno do acre — primeira semana no cafofo

30.09.21

29.09.21

28.09.21

27.09.21

  • Manuela Carneiro da Cunha – Live Ubu 5 Anos (2021)
    Grande mestre e professora, referência máxima nos direitos dos povos indígenas brasileiros. Grande inspiração, a escuto, aprendo e lamento com o as barbaridades que a espécie humana lida consigo mesma. Sou grato e celebro o trabalho da professora Manuela.

26.09.21

  • Bruno Dunley, Ana Prata, Leda Catunda, Rodrigo Andrade, Cadu e +1 – Outra conversa – no livro do Bruno Dunley
    Tão bom acompanhar conversas sobre pintura com pintores. Sem nenhuma referência, visualmente suas telas já me atraíam porém ao ler as conversas no livro, percebi que seu trabalho tem uma pesquisa muito mais profunda que eu nem imaginava. Acredito que eu não tinha repertório suficiente para perceber essa profundidade — e digo isso sem nenhum problema, pois aquilo que era bom ficou melhor ainda.

    Descobrir mais sobre os caminhos da produção e pesquisa de uma obra expandem as possibilidades de apreciação.
    Sinto que é um movimento normal: quão mais se estuda, maiores as possibilidades de troca.

    O conhecimento expande a possibilidade de contato — e o movimento é sempre múltiplo — da obra para mim, de mim para a obra, da presença entre nós.

    Há alguns anos, eu vivia com o preconceito ingênuo/ignorante: artista bom são apenas os mestres das gerações passadas. Ideia tão pequenina que me fechou diversas possibilidades. Hoje continuo a admirar e aprender com os antigos, mas celebro a produção de obras do nosso tempo.
  • Paulo Pasta – Bate-Papo (2021)
    Segunda live que assisto desse canal. Que boa surpresa! Sinto que o Paulo Pasta, mesmo com toda sua erudição, é um guia para a pintura. É sempre um prazer escutá-lo, traz uma força inspiradora para seguir.

25.09.21

  • Spring Cannot Be Cancelled (2021) by David Hockney and Martin Gayford
    Just finished this book. It is a delight to read Hockney’s words and thoughts. Inevitable not to hear his voice while reading his dialogues. With him, i always get inspired about art and life, being present and working.
    I also get inspired about working with different mediums, including digital. The pleasure of seeing and creating art.
  • David Hockney – Picasso: Important Paintings of the 1960s – Guggenheim Audio Archive – 1984
    arrived at this talk because it is referenced in hockney’s book. amazing lecture about picasso and his ways of creating. to listen to an artist talk about another artist is pure pleasure. even more hockney about picasso.
  • John Richardson – Picassso: Catch in the Late Work – 1984
    well, arrived at this talk because of the other talk… it ain’t never enough to listen to anyone that was close to picasso. i yet didn’t read richardson’s picasso’s biography, but someday i shall.
  • Jack Whitten – Modern Art Notes Podcast – 2013
    i’m just starting to learn more about jack whitten. i’m impressed by the range of his work and i’ll surely study more about his life and methods. my desire is to celebrate all artists whose devotion to creation made me enlarge my own world view. he is one of the boys — to use an expression i’ve seen whitten refer to.
  • Sergio Fingermann – Aula Inaugural – Curso
    Acompanho as lives sobre arte e artistas do Sergio Fingermann. Sei da importância desse professor para divers@s artistas do circuito paulista. Resolvi me inscrever para o curso online que ele vem trabalhando. Acredito que o conteúdo em si do curso pode ser valioso, mas não tenho muita paciência para os encontros digitais via zoom. Principalmente quando há muitas pessoas. Há sempre aquelas que desejam se expressar excessivamente, as vezes mais que o próprio professor. Fico me perguntando se algum dia fui assim e infelizmente acredito que sim. Aprendo muito com os outros. Decido ficar calado. Na segunda será liberado o primeiro módulo e terei a oportunidade de decidir se continuo ou não com o curso. O investimento é alto para o meu atual momento, então precisa ser algo que realmente acredito no valor.

24.09.21

09h25 tentarei fazer algo novo. estou escrevendo offline e em algum momento quando conectar, esses novos textos irão para o blog.

23.09.2021

  • Henfil (2017) direção:
    cheguei nesse documentário sem muito conhecer o henfil. ví algumas tiras dele em alguns livros do pasquim e compilados de humor, além de saber que na biblioteca do centro cultural, há uma seção com seu nome.
    Gostei de descobrir um pouco mais sobre alguém que marcou outra geração brasileira. A importância da alegria – e sua busca. Henfil experimentava e brincava com os meios, o importante era a transmissão de pensamentos e ideias.

  • Jed Perl on Calder+ Jo Steffens (e318) – The Modern Art Podcast – 2017
    Arrumar o cafofo escutando podcast de arte é uma das alegrias da vida. Jed Perl escreveu uma gigante e pesada biografia sobre o Calder em dois volumes. Algum dia irei lê-la. Enquanto isso, escuto algumas pérolas sobre esse artista da leveza e alegria.

22.09.2021

  • Ana Prata – Bate-papo (2021)
    É um deleite escutar uma conversa sobre pintura em português. Venho descobrindo o trabalho da Ana Prata e escutá-la tão eloquente sobre seu trabalho me inspira a querer pintar e pintar. Acredito que o sinto ao ver suas pinturas é uma sensação na mesma direção que alguém contemporâneo de Matisse sentia ao ver suas novas pinturas: suspensão, encanto, alegria. Isso, eu com toda minha ingenuidade, afirmo.
    É a primeira conversa que assisto desse canal de advocacia (!) que tem outros pintores e artistas de outras áreas. Simpatizo com a arte se esparramando, traz novos ares e perspectivas.
  • Francis Picabia – The Modern Art Podcast – 2017
    inspiração

  • (d) Gary Hume // Tracey Emin – The Eye (2004)

  • Terry Winters – Notes on Drawing – The Menil Collection – 2018
    As possibilidades do desenho.

29.09.2021

26.ix.2021

hoje fiz um experimento com tinta a óleo. não estou acostumado com toda a nova dinâmica que a tinta traz — preparações, mediums e papéis para limpeza — mas consigo perceber as boas possibilidades da tinta em relação a textura e mistura de cores.
é uma delícia pintar. há tanto que aprender que não há tempo a perder!

comida: peixe

ontem foi a primeira vez que comemos peixe desde que voltamos do acre. como tudo relacionado a viagem, tinha dado uma pausa e apenas deixado reverberar naturalmente. sonhei duas vezes com a língua hãtxa kui e algumas outras que ainda estava na aldeia.

ver os dois peixes que guilherme preparava me levou diretamente aos momentos de refeições lá na aldeia, seguido de diversos outros sentimentos. gui contou que esses peixes eram anchovas — típico do mar aqui do sul. enormes, cheios de carne. pensei que noss@s amig@s de lá admirariam e se deliciariam com enorme banquete. esses dois peixões para nós quatro? uau.

contei para luiza e gui que lá no rio jordão os peixes são pequenos, do tamanho de um palmo de mão e a maioria tem bastante espinho, o que dificultava nosso aproveitamento — principalmente para nós da cidade, sem experiência para driblar as espinhas e chupar a carne do bicho.

vibrei muito e mandei meus bons pensamentos para a aldeia. aqui na cidade realmente temos muitos privilégios que acabamos nos acostumando e não dando o devido valor. agradeço a vida. o peixe. as amizades.

gostaria muito de dividir com amig@s de lá esse banquete preparado por amig@s daqui. um sonho e irei trabalhar para um dia isso acontecer.

estudos audiovisuais pré-viagem

18.08.2021

17.08.2021

  • Cave Of Forgotten Dreams (2011) by Werner Herzog

16.08.2021

15.08.2021

14.08.2021

13.08.2021

  • A Flecha e a Farda (2020) direção Miguel Antunes Ramos.
    Documentário impressionante. Uma investigação sobre o batalhão indígena criado durante a ditadura militar brasileira. Vinte minutos em película foram encontrados num arquivo e mostram cenas de indígenas em uma exibição de forças para o governo. A única imagem do pau-de-arara vêm ironicamente deste arquivo. Essas cenas de arquivo também são usadas no doc Martírio do Vincent Carelli.
    O documentário vai em busca das pessoas envolvidas no batalhão e suas histórias. É um choque ver tamanha barbárie que a ditadura causou no Brasil. O tratamento aos povos indígenas é de envergonhar e apequenar qualquer ser humano.
    Por maior incômodo que este filme cause, é essencial.

  • Mãe Inini (2005) direção de Fernando Sallum Bussen e Amilton Sá.
    A trilha criada pelo Amazon Ensemble a partir desse doc já é bem conhecida. Filmado entre 2004-05, mostra um panorama do povo Huni Kuin naquela época. Me faz refletir sobre importância do registro contínuo de um grupo e o acompanhamento de suas mudanças.

12.08.2021

  • Manã Bai (2006) direção Zezinho Yube
    Documentário sobre o pai do diretor, Joaquim Paulo de Lima Kaxinawá e sua jornada como professor e escritor de Hatxa Kui, a língua dos Huni Kuin.

11.08.2021

10.08.2021

  • Xina Benã – Novos Tempos (2006) direção de Zezinho Yube – documentário produzido pelo Video nas Aldeias. Mostra como vivem os huni kuin através da perspectiva do pajé Agostinho Ika Muru.

  • Mata (2020) direção Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes
    sem saber, encontrei um ótimo documentário. conta um pouco sobre a condição e impacto da monocultura de eucalipto na região sul da Bahia. Mostra o contraste entre as vidas dos Pataxós, simples camponeses e as terras pobres da monocultura. Gostei muito do caminho narrativo e das imagens desse trabalho. Eu fico muito chocado com essa visão curta/rasa/pequena do lucro rápido. É ultrapassado e as consequências estão aparecendo.

  • Por onde anda Makunaíma (2020) direção de Rodrigo Séllos
    outra boa surpresa. bom visitar o mundo indígena pela ótica da literatura e não apenas da destruição colonialista. Manuel Bandeira devorou por vários lados e isso me inspira. O doc também brinca com as possibilidades narrativas e é um belo deleite. Recomendo o filme para quem leu e assistiu o filme do Joaquim Pedro de Andrade.

  • Symbiotic Earth – How Lynn Margulis Rocked the Boat & Started a Scientific Revolution (2017)
    doc sobre Lynn Margulis, cientista pensadora expandiu o conhecimento sobre o processo de simbiose na evolução da vida, ao invés de simples competição. Também deu suporte a teoria de Gaia de James Lovelock.

09.08.2021

  • Baquete Coutinho (2019) direção de Josafá Veloso
    Eduardo Coutinho virou referência de pesquisa e estudo criativo. Esse doc é uma mistura de entrevista e cenas de diversos filmes do artista.

08.08.2021

  • Fantastic Fungi (2020) c/ apanda
    esse doc uma declaração de amor para os fungos. Para nós, leigos, é um prazer entender um pouquinho melhor as importantes funções e possibilidades que esse reino exercem. A natureza é linda e tá pronta, o filme tá cheio de belas imagens de diversos tipos de cogumelos.

07.08.2021

  • (tv) Hamilton’s Pharmacopeia S01E04 Magic Mushrooms in Mexico (c/ apanda)

06.08.2021

04.08.2021

03.08.2021

com apanda:

reassistimos o doc Kene Yuxi, e vimos mais alguns videos sobre os huni kuin:

  • Xinã Bena Beisikit Xarabu (2017)
    curta de Dedê Maia
    percebe-se a intimidade que a diretora compartilha com quem aparece a frente da camera.
    uma cena que me marcou muito foi bixku huni kuin fazendo seu canto ao final do filme. senti que há clareza em seu canto e movimento.

  • Almanaque Aquiry: A Sabedoria do povo Kaxinawá
    matéria de tv. é impressionante perceber como o jornalismo mudou em alguns anos. acredito que a apresentadora produziu a matéria com uma boa intenção, mas o tratamento com a questão indígena é tão limitado e raso que é chocante. não há informação errada, há apenas uma forma que não simpatizo. recomendo assistir, pelo estudo das possibilidades e também, e principalmente, há depoimento do grande ika muru.

  • Novo Futuro: A Huni Kuin Renaissence (2021)
    O que é a cultura dos Huni Kuin atualmente na aldeia Novo Futuro? Sinto que aqui há um ótimo exemplo do efeito looping que se refere a Manuela Carneiro da Cunha. Desejo prosperidade para todos aqueles que vivem na floresta. No video mostra-se as possibilidades que existem de realizar um trabalho autônomo de oferecer o que têm disponível.


02.08.2021

01.08.2021

  • Kene Yuxi, A Volta dos Kene (2010)
    direção de Zezinho Yube, produzido pelo Video nas Aldeias
    Uma viagem nos estudos do Kene junto com o cineasta Zezinho Yube. Dá para conhecer mais sobre os grafismos e acompanhar como funcionam diferentes comunidades Huni Kuin lá no Acre. Algo que marcou também foi os comentários que algumas pessoas fazem sobre os brancos, que vão lá filmar e somem com o material…

    sobre os kenes, como a sabedoria dos antigos realmente afeta o conhecimento atual. a importância do registro em imagem para deixar a sabedoria viva.

  • O Sonho do Pajé (2015) programa televisivo da TV Brasil, reportagem de Aline Beckstein
    com Tadeu Siã, Siã Huni Kuin, Ninawá Pai da Mata, Hushahu Yawanawá, Daniel Munduruku, Anna Dantes, Alexandre Quinet, Nadja Marin, Guilherme Meneses, Ulisses Capozzoli, Renato Soares.
    Boa introdução para adentrar numa parte do universo indígena Huni Kuin, Yawá e questões variadas, como o uso da imagem indígena na moda, o caso do jornalista e fotógrafo serem percebidos como espiões da usina de Belo Monte lá no Xingu.

  • Xinã Bena Beisikit Xarabu (2017)
    direção de Dedê Maia – curta documental sobre o Xinã Bena, o tempo novo dos Huni Kuin. Também chamado de Tempo da Cultura. O curta é um panorama com várias lideranças de diversas comunidades Huni Kuin. Contam sobre o que está acontecendo em tempos recentes. Com narração do Txai Terri, importante figura na história dos Huni Kuin e indigenismo brasileiro. Acredito que é uma das primeiras produções da produtora Saci, que fez Nokun Txai e a série das crianças.

  • Gregory Bateson, An Ecology of Mind (2010), doc dirigido por Nora Bateson
    A Els Lagrou citou Bateson num video do Selvagem e este foi meu primeiro contato com o pensamento dele.
    A constante mudança. A relatividade. O contexto…

  • Boca de Lixo (1993), dirigido pelo Eduardo Coutinho
    documentário chocante pela localização — descrito no filme como vazante, um daqueles lixões onde milhares de trabalhadores buscavam materiais para reciclar e alimentos. eu tinha lido o próprio coutinho mencionar o filme como referência de conversas verdadeiras entre seus personagens. não chegar com aquele papinho de pobre coitado ou a culpa é da sociedade e apenas dialogar. abrir espaço para contato.

31.07.2021

30.07.2021

  • História e Mito: os Povos Huni-Kuin e Guarani – Instituto de Estudos Avançados da USP – 2019
    mesa com mediação de Anna Dantes, mesa com: Dua Buse, Carlos Papá, Manuela Carneiro da Cunha, Zezinho Yube, Els Lagrou e Xadalu.

    que encontro incrível! antes de dar play, a duração me assustou. são cerca de 4 horas, porém logo que começou o susto passou e fiquei é feliz com tanta qualidade das apresentações.

    como todo material sobre o universo indígena brasileiro, é um carrosel de emoção… entre a alegria da sabedoria de existência à resistência aos absurdos políticos…

corte

na terça-feira cheguei final da tarde e tomei um espanto
as árvores que tanto admirei, estavam todas ao chão.

derrubada

cheguei em casa e ví o canto que tanto me identifico todo ao chão.

derrubaram um pedaço de mim, para abrir um novo caminho e valorizar o terreno.

reflexo de pensamento daquele que ordenou a ação.

eu sinto muito.

leituras

livros

  • Una Isi Kayawa, o livro da Cura — org. Agostinho Ika Muru e Alexandre Quinet – editora Dantes
  • Nixi Pae – O Espírito da Floresta, Ibã Sales Huni Kuin – 2006
  • Huni Meka, Ibã Sales Huni Kuin – 2007
  • Carta à Terra, Geneviève Azam – 2019
  • Amazônia, Ricardo Abramovay – 2020
  • Introdução a etnobotânica, Ulysses Paulino de Albuquerque – 2005
  • Outras Naturezas, Outras Culturas – Philippe Descola
  • Papo de Índio, Txai Terri Aquino
  • Regenerantes de Gaia, Fabio Scarano – 2019
  • Variações do Corpo Selvagem – Eduardo Viveiros de Castro, Fotógrafo – 2016
  • Claudia Andujar, a luta Yanomami – 2018
  • The Lost Amazon, photographs by Richard Evans Schultes – 2004
  • Ara Kuxipa, Huni Kuin e Ernesto Neto
  • João Farkas, Amazônia Ocupada

sites

teses

  • A Fluidez da Forma, Els Lagrou
  • Piedrafita

artigos

passagem

quando se compra a passagem, parece que a viagem se torna mais real.

hoje compramos para o acre.

estudos audiovisuais

O Fim e o Princípio (2006)

direção de Eduardo Coutinho.

Não tenho intimidade com a vasta gama dos filmes do Coutinho, mas me sinto pronto e animado para aprofundar em sua cinematografia. Só tinha assistido Cabra Marcado Para Morrer e Jogo de Cena.

O Fim e o Princípio é de uma poesia e maestria impressionantes. A premissa é: fazer um documentário sem planejamento prévio além da escolha da cidade, primeiras noites numa hospedaria e o contato de uma mulher que trabalha na alfabetização e realiza serviço voluntário na comunidade. O filme mostra o desenrolar dessa busca por um filme. Uma das qualidades do cinema é parecer que as coisas simplesmente acontecem — e nesse caso, o fazer cinematógrafico parece tão simples…

Não desejo nem conseguiria fazer jus ao filme em uma pequena descrição, mas fico impressionado com a maneira que os contatos e entrevistas são conduzidos. Uma tentativa de resumir o filme é: a sabedoria da experiência… dos seres humanos, do sertão, do cineasta… e acho que nossa como espectadores também. Eu não tinha capacidade de apreciar esse filme há alguns anos… o filme não é lento, mas antes eu não conseguia escutar com atenção.

(21.07.21)

Teko Haxy – Ser Imperfeita (2018)

direção Patrícia Ferreira e Sophia Pinheiro.

foi um desses filmes surpresa de festival que assisti sem saber do que se tratava e que ótima experiência! encontrei ele não lembro onde e imaginei que poderia ser algo bom para compartilhar junto de apanda, pois lí as palavras cineasta e antropóloga na descrição.
o filme mostra a relação entre duas jovens amigas, uma guarani e outra não indígena antropóloga. uma colagem de diferentes encontros em diferentes locações. acompanhamos a relação e a profundidade que aumenta a cada encontro, cada qual com suas vulnerabilidades e sensibilidades. o filme se cria nesse contato.

não encontrei link disponível por enquanto.

(19.07.2021)

Napepë (2004)

direção da nadja marin.
tava curioso com esse documentário já faz tempo. sabia da polêmica sobre o plágio escancarado que o filme do padilha fez. ainda não assisti à cópia, então não vou adentrar nisso.
é chocante o abuso do olhar colonizador, inclusive, ou principalmente, em estudos acadêmicos. justamente na área antropológica, da qual tenho tanto afeto. outros tempos, mesmo que tão recentes. é importante refletirmos e cuidarmos, a história dos yanomami é única, mas a forma colonizadora ronda a todos nós.

link para o filme no canal da diretora: https://vimeo.com/15964569

(17.07.2021)

ABC Saving the Amazon Forest (2020)

produção do canal australiano ABC sobre o absurdo desmatamento acelerado na Amazônia. alta qualidade jornalística, cheio de cenas chocantes de desmatamento, dá um certo aperto no coração ver algumas áreas totalmente destruídas pela força humana.

eu não tenho repertório sobre a amazônia, mas me choca encontrar material de tanta qualidade apenas em reportagens de outros países. ainda bem que existem… deve existir conteúdo produzido aqui, irei caçar!

link para o documentário no canal da ABC: https://www.youtube.com/watch?v=A84N89Krqro

(17.07.2021)

Bimi Shu Ykaya (2018)

direção: Siã Huni Kuin, Isaka Huni Kuin, Zezinho Yube
produção da saci filmes — produtora acreana da qual comecei a admirar pela qualidade incrível de material produzido: as séries nokun txai e o olhar vem de dentro.

documentário sobre Bimi, a primeira mulher pajé huni kuin com sua própria aldeia. cenas incríveis, mostra a força de vontade da mulher em zelar pela sua comunidade. cenas do cotidiano, desde cozinhar, manejo de algodão, ritual. há sempre uma consciência que da camera presente, inclusive há um diálogo entre os jovens diretores sobre as possibilidades que o cinema e o próprio filme podem trazer.

link para o filme, disponível no canal do instituto maracá: https://www.youtube.com/watch?v=D73UVXVHyFE

(16.07.2021)