09h22 these last days are being quite amazing. firstly, the shock of realization. then start researching and seeing a behavior i can relate in many different references — in some, not just identification, but almost a copy of actions and thoughts. oh, it makes so much sense… also, i think it deals to a language clarity: that which i can name, i can relate.
10h14 “taking what is internal and implicit and making it external and explicit” – from a book
21h29 days of being social means that i don’t work in the atelier. weekends. i wish i could spend more time working.
10h07 fiquei fora do ateliê por alguns dias. ruptura imprevista.
12h03 matutando sobre a viagem/retiro. como criar novos métodos de produção nesse tempo. o que é possível?
13h33 uma das piores coisas que acredito existirem é o moralismo: estou certo/você está errado. ao menos desse erro eu tento não viver. sei que gosto das coisas ao meu jeito, mas ninguém tem nada com isso.
18h58 não há pintura abstrata. há pensamento abstrato.
0h54 tento ver sempre o lado bom da vida… e da pintura/arte dos outros também.
07h33 muito incrível ver algumas pinturas do kandinsky. faz um tempo que não admirava as imagens de suas pinturas, é daqueles pintores que ficam meio batidos e “óbvios”, porém que deleite… incrível acompanhar todas as suas fases, inclusive o início mais figurativo. eu fico tão entusiasmado…
07h55 a ilusão do real
nós somos vários
11h57 impressiona ver que algumas telas saem sem nenhum tipo de preparação ou ideia anterior — aparentemente de impulso. é claro que o desejo e vontade estão dentro, em algum lugar, e vem a tona. essa semana apareceu três telas que nunca nem tinha imaginado algum dia fazer.
é tão bom ver o sol raiando após vários dias de tempo nublado. o azul do céu.
etel adnan with charles bernstein – new social environment #240 – the brooklyn rail – 2020
cezanne, mondrian, vandenberg – i promise you the truth in painting – marek wiec
10h02 começar o dia tarde. é agora que você precisa colocar em prática a concentração para não enrolar mais. como voltar para o estado criativo, atento? comece pela escrita. escutar uma música? uma palestra de pintura? organizar o ateliê? tudo junto?!
13h52 contatos // relações líquidas // estados líquidos // as possibilidades da água // inevitavelmente aquarela
22h48 acabou agora pouco a terceira aula com l. duarte – mundo 24/7 — a era dos infartos psíquicos. mais cedo teve aula/encontro com n. terena sobre memórias dissidentes. é incrível ver quão diverso podem ser esses encontros e rodas de conversas virtuais. um choque, também. além disso, hoje está sendo um dia bom para pintura. comecei xochipilli e ainda não sei o que vai dar. tô aprendendo a organizar e trabalhar com óleo. no banho, pensei em fazer um registro sobre o uso do aparelho celular.
naine t. — memórias dissidentes aula 4
l. duarte — mundo 24/7 – aula 3 – a era dos infartos psíquicos
michael taussig — i swear i saw that – drawings in anthropological fieldwork notebooks – school of visual arts – xxxx
já começo a pensar nos estudos e preparações para a viagem. serão dois meses de diferenciação e possibilidades de foco. estar num lugar diferente sempre marca. as viagens são importantes na minha vida, porém agora me pergunto se não vou ficar com vontade/saudades de trabalhar em telas maiores. aproveitar o tempo para fazer outros tipos de trabalho.
07h59 assim como eu desejo a possibilidade de paz para outras pessoas, desejo para mim também. não simpatizo com a moral.
06h54 it has been quite some time that i’ve wanted to make a photograph of urutau, a special bird that comes at this time here in the woods near my house. today i finally got it.
i’ve bought the ticket to go to my mom’s. it will be in 20 days! i prefer this way, with less time to prepare and just go.
não escrevi durante o dia, mas hoje inicei duas telas a óleo usando um caminho diferente de trabalho. uma baseada numa foto de um homem andino, simples porém efetiva. é interessante perceber que mesmo com minha falta de técnica, quando uma pintura emana vibração/vida, realmente outros aspectos são secundários. o que importa é a energia que vibra, seja de uma obra, de um pensamento, de uma ação. a outra tela que iniciei é inspirada numa foto de um garoto dançando. escrever isso me fez perceber que não registrei ainda sobre os encontros que estou participando desde ontem, junto de naine t. e flávio f, sobre a memória e resignificações. de um lado é a experiência de “uma mulher indígena, pobre, mãe de crianças” (como ela mesmo trouxe a tona) e a outra voz vem da academia — sem autodenomições. acho uma boa mistura, é bom escutar dois diferentes caminhos, porém enquanto a naine conta sobre histórias pessoais, profundas, marcantes, o flávio traz a tona possibilidades e teorias de foucault, le goff e outros. fica quase injusto comparar, porém sempre fui mais da experiência do que teoria. hoje consigo acompanhar e apreciar melhor esse lado da vida, é um pouquinho cansativo escutá-lo ler um texto cheio de termos e formas distantes da minha experência. é daquelas situações onde cansa um pouco, mas fico feliz de ter experienciado. são encontros todos os dias dessa semana. tô gostando da experiência também pois há a possibilidade de escutar diferentes pessoas do brasil, outras realidades e possibilidades. outro fato que me marcou muito foi iniciar a aula sobre o relatório figueiredo. me tirou o equilíbrio. é um choque profundo descobrir o que nós, humanos, somos capazes de realizar. bárbaries. há também a arte, então é para lá que eu vou.
jonathan meese in conversation with ulrike lindmayr – nicc antwerp – 2017 one of the few people that speaks loudly that i enjoy listening to. apart of being kind of entertaining, i actually agree with most of what he says, the main theme of art being autonomous and the leading star of a new society. also that art should be playful and the artist should be in his or her studio and work work work.
20h55 the possibility of communication or contact through art.
22h29 no reproduction replaces the experience of a painting in real life. i live in an island with no museums nor galleries. the ups and downs of our choices.
terminei a monografia sobre walter swennen, Hic Haec Hoc (2016), escrito pelo hans theys. tô chocado com a qualidade das pinturas e a coerência do pensamento de ambos, pintor e escritor.
16h57 agora a tarde lí o último texto crítico no livro da ana prata. deleite de pintura.
10h40 um compromisso comigo mesmo: vou usar todos materiais (tintas, telas e papéis) antes de viajar, daqui cerca de um mês. motivos: eu sou meio mão-de-vaca com os materiais, tenho papeis guardados desde minha última viagem por motivo de “são papéis bons, a serem usados em momentos especiais”. gostaria de me dedicar a pintar mais com óleo, então vou por para bom uso o que ainda tenho das acrílicas. tá na hora, oras.
21h23 hoje fui ao ateliê. amanhã começa uma mini imersão!
Tim Ingold em Imaginação: o jovem, o velho e a geração do agora – escola schumacher – 2020 escutar tim ingold é uma dose de inspiração. bom escutar essa palestra, gêmea de outra, porém adicionada de perguntas instigadoras. a força da nossa imaginação com a curiosidade juvenil e a sabedoria ancestral. “o futuro é ancestral”, vindo do selvagem, cai bem com o pensamento do ingold. faz bem para o espírito escutar uma voz entusiasmada com o futuro.
06h48 sonhei que estava numa viagem de carro. numa parada, pedi um sopro de rapé para um camarada, o mateus. minha avó também estava e alguém pediu ajuda a ela. ela apenas indicou uma outra senhora, indígena. sinto que é saudades dessas pessoas.
não escrevi ontem, mas fiquei muito feliz de tomar a vacina contra covid-19 em dois estados. o sus significa sistema único de saúde — é integrado e nacional. agradeço esse sistema! viva a vida.
11h40 eu sonhei com minha avó e hoje ela me ligou. normalmente sou eu que ligo para ela…
Nine Perfect Strangers (2021) tinham sugerido essa série… fui pescado nos primeiros episódios, mas nos últimos acabei achando um monte de besteira… aí no último, eu dormi. assim foi.
17h42 i’ve discovered the work by the belgian artist walter swennen just yesterday because of ana prata’s book. while researching, i’ve arrived at the work of philosopher, art historian and designer hans they. with this incredible name, i think i’ve found some amazing works.
23h04 teve a segunda aula da luisa duarte sobre decolonizando o mundo 24/7. acompanhei a aula enquanto editava algumas fotos que fizemos no final de semana. ironia da vida, disperção concentrada.
09h36 aprendendo a lidar com as coisas. eu penso como mostrar o que venho fazendo… e não demora muito e o medo aparece. me pergunto: medo do quê? do julgamento dos outros e de ser copiado — duas coisas irracionais, sem sentido algum. aqueles que eu estimo, provavelmente me julgarão positivamente, com afeto ou ao menos piedade. aqueles que não estimo, bem, a opinião desses é tão distante que não deveria ser um problema. e da onde vem esse medo de ser copiado? é tão pequeno e baixo, me faz sentir até um pouco de vergonha. um pingo de coisa boa sobre isso é que as vezes eu faço algumas coisas que acho que interessaria outra pessoa a copiar. mas se aprofundo, me pergunto o motivo de alguém copiar algo que eu faça ao invés de copiar algum artista maior… armadilhas da auto-sabotagem. e eu com isso?!
10h48 ontem chegou o novo livro da ana prata — defeitos para o mundo dos sérios. um deleite de pintura! a entrevista com meu xará -h tá muito boa… só gostaria que fosse umas três vezes maior.
05h37. acordei com ideias e planos para os próximos tempos.
05h58 penso que escrever aqui é uma forma de trazer minha atenção para o presente. ontem teve um “apagão digital”: o whatsapp, instagram e facebook ficaram offline. virou notícia capa de jornal. o mundo de nossos tempos.
09h06 voltei da caminhada. escutei diversos podcasts. as pessoas que mais gosto são aquelas que quando vêem que estão indo de encontro a outras, colocam a máscara. meus camaradas.
23h05 agora pouco conversei com minha mãe ao telefone. ela trouxe uma possibilidade para o futuro. e hoje eu tinha acordado pensando nos próximos tempos.
enquanto escutava krenak e baniwá, comecei a desenhar e fiz algumas coisas…
Ailton Krenak e Denilson Baniwá — Entre Livros com mediação de Pollyana Quintella — 2021 duas grandes referências em formas de viver. como tudo que ailton krenak está envolvido, saio com maior vontade de vida. e denilson só acrescenta a essa vontade. é tão bom acompanhar o trabalho que ele vem desenvolvendo. me sinto afortunado de saber que ele está trabalhando. já nem sei se escrevo sobre baniwa ou krenak, os dois são porreta! que beleza!
coloquei o despertador para as 6h porém acordei as 4h30. não aguentei, comecei a ler e fiquei. combinei de fazer algumas fotografias na feira da lagoa com o guimo do pão na mão. sou cliente e todos os sábados admiro a graça que os pães exalam. semana passada perguntei se ele tinha interesse em fazermos algumas fotos. ele topou e fomos. ele é simpático e a clientela além dos próprios produtos, adora bater um papo… o que dificulta um pouquinho a organização e causa filas. mesmo começando cedo, as 6h30 já tem cliente esperando. aí vai chegando gente sem parar e ele mal consegue dispor e apresentar os pães com foco. imagina parar para fazer algumas fotos? demorou um pouquinho, algo que repeti algumas vezes: “é bom e é ruim…” é bom que os clientes realmente gostam e fazem questão de compartilhar o pequeno ritual da troca todos os sábados… é ruim porque mal dá tempo de tomar água, segundo o próprio guimo contou. mas acho que esse ruim acaba sendo bom também. me sinto enferrujado e sem muita técnica na fotografia, mas foi prazeroso. comecei a editar as fotos e hm. vou sugerir para repetirmos a sessão fotográfica… pelo céu que estava cinzento e pelo meu foco que estava meio confuso… e também porque tô lá todo final de semana, é um prazer levar a camera junto.
the life aquatic of steve zissou (2004) directed by wes anderson such a joy to revisit wes anderson’s films with apanda. it has been some years since i’ve watched steve zissou. i’ve changed a lot since then so, naturally, also what i perceive. the perks of work, career, love, family. all the actresses/actors some 15 years younger… anderson’s yellow. the lightness… it makes me joyful. i want to make a work with the colorful seahorse that the young boy gives zissou. i shall. maybe soon so the will doesn’t fades away?!…
modern love s02 os primeiros episódios dessa série.
06h28 acordei cedo, saído de um sonho onde ia assistir um filme no cinema porém precisei sair várias vezes para ir ao banheiro. acordei com uma vontade danada de fazer xixi. no sonho, amizades de outras épocas estavam na platéia. foi bom a sensação de cinema e reencontros.
admirei as pinturas e lí o livro do paulo monteiro, o interior da distância (2015, cobogó). penso sobre o fazer artístico, a complexidade do simples. o que é a obra.
itsairu huni kuin nos repetiu uma frase de seu pai: o que é dificíl é fácil, o que é fácil é difícil.
choveu a noite inteira e continua agora pela manhã. já está claro.
21h31
Luc Tuymans – I Prefer Not To – 2017 amazing talk. firstly, it makes melville’s book go to the top of the to-read-soon list. luc is the third person that i like to listen and recommends the book: first it was joseph campbell. then the brazilian philosopher luiz fuganti. now luc. i shall soon read it. luc’s words are as incredible as his artwork. they have such a seriousness, a kind of heaviness of subject but lightness as paintings. i am inspired by his views and i’m also curious to know how he paints. of course they are from photographs, but does he uses a projector?
22h10 é com tristeza que olho para o celular e vejo que fiquei 3h15 com ele ligado. justo hoje que comecei o dia sem ele e até cheguei a desligá-lo por algumas horas. foi um dia atípico pois tive que fazer algumas ligações demoradas (principalmente para a operadora de celular), mas mesmo assim… três horas são preciosas. inspirado pelo curso 24/7 da luisa duarte, nos próximos dias eu farei um simples experimento: desligar o celular. algo tão simples, mas tão impensável — ao menos na minha realidade. não desejo mudar outras pessoas, apenas meus próprios hábitos. vou dormir que amanhã tem um trabalho fotográfico.